Divididos entre prazer e dor
ele refrata
eu nem vou
ouça-me bem
camarada
ele não é como eu sou
e somos todos distância
somos todos ardor
ardemos
e a floresta
toda noite
está em brasa
a notícia
todo dia
nos arrasa
precisamos
todo tempo
estar em casa
mas tenha calma
meu amigo
não se desespere
pois lhe digo
que o asfalto
- tapete negro onde o progresso desfila -
rio tortuoso repleto de perigos
há de secar
é inevitável
porque não vai dar
é inevitável
não se afogar
quando o bloco puder tomar a rua
porque nós seremos mar
se me preservo é porque quero estar presente
se te preservo é para sermos tão somente
gota d'água ardente
nessa grande festa
a verdadeira festa
no verdadeiro lar.
(Paulo Vitor Cruz)
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