Escrevo assim como quem mata
ao modo frio e calculado
e o prazer vem por instinto
vem sem freio nem pecado
visceral
como a raiva
no universo virtual
nada sobra ao que falece
senão o fim
nada sobra
entrego a vida
o momento da vida
a tormenta
a alegria
e a frustração
porque palavra é corpo
e corpo cai
apaga
morre
enterra
é nada
é parte
chão
chão donde vem nova vida
vida que vem e resiste
por mais um tempo
e mais um tempo
escrevo assim como quem mata
e dá cabo d'um qualquer
o sadismo sentido
o envolvimento completo
o mal
santificam o afago endiabrado
a violência apaixonada e sem pudor
escrevo assim como quem mata
psicopata
sou.
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